Na atual conjuntura
política, econômica, social e cultural brasileira, percebe-se uma inversão de
valores desde a mudança da preferência popular pela literatura, cinema, música,
dentre outras manifestações culturais, até a alteração na maneira de ver a
evolução ou regressão dessa mesma sociedade por meio da alienação intencional de
parte da mídia, que tem como única finalidade dominar a opinião pública, seja
para auferir mais lucros, seja para manter seus interesses difusos, ou para
derrubar governantes que não satisfazem os interesses particulares de alguns
veículos de comunicação.
No âmbito político e
econômico, a maior parte da sociedade não se interessa por estes assuntos, como
se não influenciassem diretamente na vida de todos, porém nem sempre foi assim,
há poucas décadas os movimentos sociais eram mais atuantes em prol do bem comum
do grupo a que pertencesse determinado movimento. Sem desmerecer outros fatos
históricos, foi assim no período conhecido como redemocratização em meados dos
anos 80, bem como na crise econômica do início da década de 90, ocasiões em que
a população participou massivamente.
Ao contrário,
hodiernamente, sob alegação e pretexto de combate à pandemia da COVID-19, tanto
faz aumentar o preço dos combustíveis, retornar a inflação desenfreada, criar
mais impostos para sacrificar a população, suprimir direitos sociais e até
individuais, diminuir o poder de compra do trabalhador, aumentar os casos de
corrupção na política, mitigar a dignidade da pessoa humana, enfim, tudo pode
acontecer que a sociedade continua inerte em suas casas fazendo, quiçá, algumas
mobilizações isoladas em determinados lugares, o que não condiz com a
insatisfação geral da população brasileira.
No tocante ao meio
social e cultural, as pessoas enxergam os fatos sociais com inversão de
valores, bandidos são heróis elogiados por parte da mídia e amparados pelas
benesses da Lei que limita a atuação estatal no combate à criminalidade,
enquanto os policiais, únicos guardiões da sociedade, são taxados de bandidos
mediante críticas ferrenhas feitas por determinados veículos de comunicação.
Indo mais além, há quem diga que a sociedade não precisa da Polícia.
Musicalmente, nossa
cultura clássica que valorizava canções, poesias e letras bem elaboradas com
lindas harmonias, as quais formavam a verdadeira MPB, vem perdendo espaço para
os ritmos populares, mais conhecidos por fazer apologia ao crime, ao uso de
drogas e à prostituição, com letras pejorativas e vexatórias.
Destarte, não é
necessário ser sociólogo ou estudioso desta ciência, basta viver e ficar antenado
nos acontecimentos do cotidiano para facilmente constatar a inversão de valores
em todas as áreas sociais. É O BRASIL.